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A Ferrugem do Cafeeiro na Colômbia: Por que Continuamos Produzindo Café para o Mundo?

Como Citar
Marín-Ramírez, G. (2023). A Ferrugem do Cafeeiro na Colômbia: Por que Continuamos Produzindo Café para o Mundo?. Anais Do seminário científico Do Cenicafé, 75(1), e750812. https://doi.org/10.38141/10795/750812

Dimensions
PlumX

Palavras chave
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seção
Fitopatologia
Termos de licença (See)
Gustavo Marín-Ramírez

Resumo

A ferrrugem do cafeto, causada pelo fungo Hemileia vastatrix, é a doença mais destrutiva para o café em todo o mundo. Historicamente, tem gerado epidemias que levaram ao abandono do cultivo em outras regiões do planeta. Na Colômbia, a doença está presente em todas as regiões cafeeiras e pode reduzir a produção entre 10% e 30% em variedades suscetíveis, se não for manejada adequadamente. A estratégia mais eficaz para o manejo da doença tem sido o desenvolvimento de variedades de café com resistência genética. No entanto, o fungo é capaz de se adaptar e superar as defesas das plantas, o que coloca em risco a durabilidade dessa resistência, devido à variabilidade do patógeno. Essa variabilidade do H. vastatrix tem exigido uma atualização contínua dos componentes genéticos das variedades desenvolvidas pelo Cenicafé à medida que a resistência diminui no campo. A Federação Nacional dos Cafeicultores (FNC) e o Cenicafé mantêm um monitoramento constante da doença e realizam a caracterização do patógeno, o que permite uma resposta oportuna frente a novas variantes. A caracterização do H. vastatrix é realizada sobre um banco de germoplasma com genótipos que apresentam diversas respostas de resistência ao fungo. Entre 1983 e 2023, foram identificadas 20 raças do patógeno na Colômbia, com variabilidade em sua frequência e agressividade. A raça II, em particular, tem sido predominante desde sua chegada em 1983. A capacidade do patógeno de se adaptar e causar danos continua evoluindo, o que leva ao surgimento de novas raças e variantes e ressalta a importância de um monitoramento constante e de atualizações contínuas nas estratégias de resistência. Cada manhã, ao degustarmos nosso primeiro café, lembremos que, em nosso país, mais de 5 milhões de pessoas obtêm dignidade e renda do café, um dos produtos agrícolas mais comercializados do mundo, agora novamente em risco em muitas áreas produtoras. Os diferentes componentes da estratégia de manejo integrado da doença contribuem para reduzir seu impacto na produção. Desta vez, a história não se repetirá!

Gustavo Marín-Ramírez, Centro Nacional de Investigaciones de Café

Investigador Científico I,  Disciplina de Fitopatología. Cenicafé


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